UM TEATRO no CONVENTO

27-08-2010 11:41

 

UM TEATRO NO CONVENTO

 

            Como se sabe, a extinção das ordens religiosas foi decretada em 28 de Maio de 1834 pelo Governo advindo do liberalismo, imbuído do espírito jacobino importado de França. Nesse mesmo ano, a 1 de Julho, a Fazenda Nacional tomou posse do convento dos franciscanos de Guimarães e da cerca e mais pertenças e uma semana depois, a 9 de Julho, os religiosos, intimados pelo corregedor da comarca, foram compelidos a largar os hábitos e abandonar o convento.

            Que foi feito do convento a partir de então?... É uma pergunta a que estamos a tentar responder respigando o que existe no Arquivo da Ordem Terceira e em outra documentação que chega às nossas mãos.

            Encontrámos há dias nos preciosos manuscritos de João Lopes de FARIA uma efeméride onde se lê que em 14 de Agosto de 1849, a Câmara Municipal de Guimarães representou à Rainha D. Maria II contra a pretensão da Ordem Terceira de S. Francisco que pedia o extinto convento para aumento do seu hospital. Entendia a Câmara que a Ordem Terceira não precisava do convento “porque o dito hospital já era suficiente, tinha 19 camas, e os seus doentes pobres eram em média mensal 10 a 12, e já se tinham comprado sete casas para o município aí continuar a ter o tribunal judicial e a aula régia de gramática latina, hospital militar e aquartelamento de oficiais de qualquer força que venha para aqui destacada, porque a Câmara tinha feito reparos para o dito aquartelamento para a força que aqui estava desde a última revolução; só podendo ser dispensada a "enfermaria" que há meses foi pedida pela Sociedade Dramática desta vila para formar um teatro, cuja parte estava separada do edifício e em ruínas”.

             Constatamos assim que em 1849 – quinze anos depois da expulsão dos religiosos - funcionavam nas instalações do extinto convento importantes serviços públicos: o tribunal judicial, a aula régia de gramática latina, o hospital militar e um aquartelamento de oficiais; e que, meses antes, a Sociedade Dramática pedira a “enfermaria” para formar um teatro.

            Talvez na mesma altura em que a Sociedade Dramática pedia a arruinada enfermaria para nela instalar um teatro, a 21 de Janeiro, Rodrigo Martins da Costa (o Reilha), Domingos António de Freitas (da Custodinha) e Jerónimo de S. Carlos Fernandes da Silva Ribeiro projectavam a fundação de um teatro, por meio de acções de 1$000 reis, no grande salão do extinto convento de S. Francisco, na parte que fazia esquina para a rua do Quinta. Depois das necessárias obras de adaptação, a 14 de Abril de 1850, foi pela primeira vez apresentado por actores-estudantes no teatro de S. Francisco o drama em 4 actos "Uma vingança", do vimaranense Visconde de Pindela.

            Este teatro, localizado em instalações do convento fazendo esquina com a rua dos Terceiros, funcionou até 1854.

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